SACRIFICO DE LOUVOR

Por isso, por meio de Jesus Cristo, ofereçamos sempre louvor a Deus. Esse louvor é o sacrifício que apresentamos, a oferta que é dada por lábios que confessam a sua fé nele. (Hebreus 13.13)

A carta aos Hebreus foi escrita a cristãos que estavam correndo o risco de abandonar a sua fé em Cristo. (6.4). Estavam desanimados (12.12-13) e alguns deles já tinham deixado de assistir aos cultos da igreja (10. 25) Essas pessoas, ao que parece, eram judeus que tinham se convertido à fé cristã, mas que possivelmente por causa de perseguição, estavam pensando em voltar à religião judaica. Se fizessem isso, adverte o autor, eles se tornariam inimigos de Cristo e, por assim dizer, estariam crucificando outra vez o Filho de Deus (6.6). O autor sabe que os seus leitores ainda não tinham negado a Cristo (6.9-12),mas enxergava melhor do que eles, o grande perigo que corriam. 

"Vamos em frente", diz ele (6.3) dando aos cristãos daquele tempo uma lição que vale para os cristãos e todos os tempos. (Fonte: Bíblia de Estudo - NTLH - SBB)

O livro trata do tema da fé em Jesus Cristo. Nele o perdão dos pecados, a salvação e a vida eterna são conquistada pela fé; as bençãos e as as promessas de Deus são recebidas pela fé;  a vida deve ser vivida cada dia pela fé, com ações de graças, aconteça o que acontecer. Veja esta afirmação: Mas o justo viverá pela fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. (Hb 10:38)

Em seguida no capitulo 11 o autor apresenta uma lista de nomes de antepassados que viveram pela fé os quais nos deixaram um legado de fé. Muitos foram salvos e escaparam de tantos males pela fé, alcançaram graças e vitórias pela fé e obtiveram vitórias e conquistas pela fé. Porém, nos versos 13 a 16, do mesmo capitulo se lê: Todos esses morreram cheios de fé. Não receberam as coisas que Deus tinha prometido, mas as viram de longe e ficaram contentes por causa deles. E declararam que eram estrangeiros e refugiados, de passagem por este mundo. E aqueles que dizem isso mostram  bem claro que estão procurando uma pátria para si mesmos, Não ficam pensando em voltar para a terra de onde tinham saído  Se quisessem teriam oportunidade de voltar. Mas pelo contrario, estavam procurando uma pátria melhor, a pátria celestial ... porque Deus preparou uma cidade para eles. 

Na verdade, nossa luta, conquistas e vitórias não estão vinculadas apenas à vida neste planeta, onde agora habitamos. Como o próprio texto nos ensina estamos de passagem por aqui. Nosso crescimento espiritual se manifesta no desapego a tudo desta terra, pois almejamos o que é eterno, sabendo que,  como está escrito: "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. (I Co 2.9). 

É maravilhoso, consolador e gratificante saber que podemos confiar em Deus sempre, mesmo quando ao nosso redor tudo esteja desmoronando; parecendo estarmos mergulhados em profunda escuridão, sem conseguimos "ver nem uma pequenina luz no fim do túnel", nenhuma "porta aberta", "nenhuma seta" do caminho a seguir. Nesses momentos, onde a dor, a desilusão, a frustração e a decepção querem dominar nosso coração devemos nos lembrar que a Bíblia diz: que aqueles que são dele, têm a mente de Cristo (I Co 2.16). Significa que temos um conhecimento profundo, bem alicerçado, que nos permite enxergar para além das circunstancias.

Pela fé podemos visualizar um futuro melhor, de alegria, de paz e de glória. Pois se tudo que nos envolve nesta vida passar, for consumida, destruída e se acabar temos a promessa feita por Jesus, de voltar para a "casa do Pai", onde Ele tem nos preparado morada, cidade, irmãos, aconchego, festa e prazer eterno. O autor do Livro aos Hebreus queria que os irmãos pensassem assim. Que vivessem com Deus e para Deus diante de todas as circunstancias ruins, tristes, penosas, humilhantes, pelas quais haveriam de passar pelo fato de serem cristãos.

Vale lembrar que os dias que vivemos não são diferentes daqueles, nem a sociedade com seu modo de viver, nem as pessoas para as quais o livro é destinado são diferentes de nós. Nossos dias têm sido conflituosos, a sociedade sempre corrompida, autoridades e leis injustas, falsidade, desamor e desrespeito estão por toda parte. O que mudou desde aqueles dias, é que hoje há muito mais habitantes no mundo e todos concorrendo o mesmo espaço e as mesmas oportunidades. Mas a natureza humana é a mesma desde que fora contaminada pelo pecado original. 

Nossa luta não é de fato contra as circunstancias ou pessoas, mas contra o "pecado que de perto nos rodeia". Pecado que tenta tomar o nosso coração, ofuscar nossos olhos e entendimento, guiar nossos passos de volta a escravidão. Pecado que tenta nos fazer recuar da sã doutrina, ser odiosos, vingativos, vigaristas e imorais, tais como são os que não conhecem o Amor Deus e não se fizeram participantes da Graça de Jesus Cristo. 

Mas, se atentarmos para o fato de que Deus pelo sacrifico do Cordeiro - Jesus Cristo - nos purificou, nos libertou, nos salvou, nos deu uma nova razão de viver, bem como altos, nobres e eternos ideais; se voltarmos nosso olhar para os antepassados e percebermos que o Amor de Deus nos atrai para si tanto quanto os atraiu; se nos apropriarmos dos recursos que Ele disponibiliza para nós e alimentarmos nossa fé com Suas Palavras; se nos apropriarmos de suas promessas que nos garantem Vitória, da mesma forma como foi com eles, então, lutaremos com determinação contra as forças do pecado e por meio da fé em Jesus Cristo e ofereceremos sempre louvor a Deus. Faremos isto com alegria e esperança em  tempo de tempestade, de escassez, doenças  ou qualquer outro sofrimento, e, não só em tempos de bonança e abastança; saúde e alegrias, paz e gratidão. Esse louvor é o sacrifício que apresentamos, a oferta que é dada por lábios que confessam a sua fé nele. (Hebreus 13.13)