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quarta-feira, 14 de maio de 2014

OBRIGADA PAPAI POR SER QUEM É


OBRIGADA PAPAI POR SER QUEM É - DEIXO REGISTRADO UM DEPOIMENTO - UM LEGADO DE AMOR A DEUS E A SUA CAUSA - POR ISSO SERÁ LEMBRADO PELAS PRÓXIMAS GERAÇÕES - TE AMO PAI. Em primeiro lugar, devo dizer que estamos diante de um homem que gastou sua vida, todos os seus recursos e saúde, projetos e sonhos em prol do Reino de Deus. Missionário por vocação divina, Pastor, Missionário Fundador de Igrejas, Professor - História, Organização Social e Politica do Brasil, Educação Moral e Cívica e Introdução a Filosofia e Sociologia - Palestrante e Discursista, (nas décadas de 60,70,80) - Olhando para ele fico pensando: chegarei a esta idade? Se chegar, quero que seja trilhando os seus passos, na fé, no amor, na lealdade ao Senhor. Lembro-me com grande alegria, de como quando ainda criança muito pequena, ele me levava nas viagens missionarias pelo interior do Rio de Janeiro. Nossas viagens eram verdadeiras aventuras. Viajamos de trem, de ônibus, a cavalo e a pé. Atravessávamos campos, cidades e riachos, empoeirávamos os pés, o rosto e os cabelos, molhávamos nos riachos os nossos pés segurando os sapatos para calçá-los na outra margem e prosseguir a caminhada, muitas vezes, quando eu cansava de caminhar, ou “não dava pé” para atravessar o riacho, ele me colocava sobre os seus ombros tendo nas mãos as nossas bagagens. Essas viagens não nos pareciam uma tortura, uma grande alegria invadia nossos corações, pois sabíamos que lá "onde, onde se pensava não morar ninguém, um povo de Deus nos esperava. Gente simples, sofrida, as vezes atormentadas, doentes e necessitados, não de alimento físico, pois o fruto da terra era farto e saudável, mas de alimento espiritual. Papai homem disciplinado, fervoroso e determinado a servir ao Senhor encontrava prazer e grande alegria em tudo o que fazia. Creio que seu "herói" era o apostolo Paulo, sendo assim, era sempre, audacioso, corajoso, enfático, entusiasmado e muitas vezes duro. SANTIDADE era palavra de ordem, mas ao mesmo tempo nunca conheci alguém mais tolerante e paciente com os mais fracos. Naquele tempo, era costume conduzir a "exclusão" os desobedientes, os que não quisessem, por assim dizer: se "enquadrar", porem, ele nunca fazia isto com prazer, pelo contrario, sempre foi para ele momentos traumáticos, de choro e luta. Ele precisava fazer aquilo, era a norma vigente, mas ele sempre os encomendava, publicamente, ao Senhor; até ... que parou, por conta própria e contra a vontade de todos com essa pratica, em nome do Amor de Deus que não rejeita a nenhum pecador. Nossa casa servia de abrigo e pousada a viajantes, de enfermaria aos que moravam nos roçados, de consultório para toda e qualquer causa, hospedava servos do Senhor, de membros e "agregados" (como se dizia de um não batizado) a um líder estadual ou nacional da mesma maneira. O "pão era repartido com alegria e singeleza de coração"; e por ele, bem como pelos visitantes se davam graças a Deus... Era muito “festeiro”, não lhe faltava motivo para reunir amigos e irmãos em casa para saborear comidas típicas do nordeste, ou um caldo-de-cana com os jovens após o culto de domingo à noite. Na comunidade era chamado de "doutor". Era honrado e respeitado por todos, de todos os seguimentos da sociedade. Gostava de um boa prosa com os padres. Doutrina, História da Igreja e Plano de Salvação eram os assuntos sobre a mesa. Ele desejava converte-los a Jesus Cristo. Não me lembro de ter visto um padre convertido, mas me lembro de visto "pais de santo". Dominava uma discussão em favor da fé em Jesus Cristo com representantes de qualquer seguimento religioso ou filosófico. Quando se tratava de falar de Jesus Cristo, da salvação do céu, ele não reconhecia autoridade humana, politica ou religiosa, mas considerava a todos alvos do Amor de Deus, e sempre dizia, "não me envergonho do evangelho pois é o poder de Deus pois é o poder de Deus para a salvação de todo homem" - Sofreu afrontas, humilhações, decepções, traições e injustiças apenas dos que com ele "caminhavam para o templo e juntos cantavam ao Senhor", mas em todas as coisas foi vencedor, pois caminhava para alcançar o premio da soberana vocação em Cristo Jesus. LOUVADO E ENGRANDECIDO SEJA O NOME DO SENHOR, pela vida de meu pai. Ao me lembrar de todas estas coisas um turbilhão de sentimentos invade meu coração, poderia ficar horas falando e relembrando ... um filme de longuíssima metragem vai se desenrolando em minha mente, e a cada quadro, tenho que louvar e engrandecer ao Nosso Deus por sua vida e testemunho de fé, obediência e compromisso. Conquanto tenha havido falhas, sei que Nosso Deus o perdoa, e lhe deu um nome digno de ser lembrado pelas gerações e descendentes. Como pai, foi sempre cuidadoso e responsável, sei que deu o seu melhor, temos um bom exemplo. Termino este depoimento pedindo orações por ele. Hoje, aos 80 anos e acometido de Alzheimer, ainda serve ao Senhor. Creiam, apesar dos danos que essa doença provoca, ele não esquece a Palavra de Deus, e ainda encontra oportunidade de anunciá-la. Não são poucas as vezes que repentinamente se afasta da companhia de minha irmã (hoje sua cuidadora) e é encontrado falando de Jesus alguém. Isso acontece, no club onde pratica hidroginástica, mercados, farmácia etc, e se tiver oportunidade de fugir de casa, é encontrado nos bares falando de Jesus ... Este é o meu Pai. Orem por Ele.